sábado, 24 de março de 2012

O Cacto






Ele era um cacto.
O importante em tudo isto
É que ele era um cacto

Na confusão
De idas e vindas,
De muitas palavras,
Da campainhas tilintando,
De chamadas urgentes,
De telefonemas,
Ele estava sempre sozinho.
Somente ele sabia que era um cacto
E porque era um cacto

Assim, ele ficou, solitário,
Na margem de uma dessas estradas
Que a vida andou abrindo por aí
E não asfaltou

Pedro Raimundo

Velho Chico



 OPARÁ !!! ... Antagônias Em Curso...!


Ao levante do teu leito

Estende-se a plenitude
Do nobre senhorio.
Dos seus mitos, lendas, rituais e crendices
Mergulham histórias e estórias...
...Memórias a emergir
De nossa Senhora da Rapadura,
Ao Nego D’Água... A Mãe D’água...
Barcos nas crenças a navegar
Resguardados nas carrancas,
Águas a desbravar,
À pesca por muitos se faz alimentar.
Pelo manancial que mana e emana
Barragens energia a gerar
Natureza o homem fez por transformar,
Do fruto a terra semente a brotar,
A boca sedenta na sede a molhar.
No esboço do seu fluxo
Belíssimas Ilhas têm por ti a adorná-lo
Paradisíacos cenários em terra a figurá-lo.
 Imponente OPORÁ, Rio da Integração Nacional,
Lendário Rio dos Currais,
Velho Chico, Rio São Francisco!
Hoje já não mais tão Saudável
No contraditório do seu legado
És vitimado pela destruição da sua mata ciliar
Sucumbindo-o à agressão da erosão
Em detrimento o assoreamento,
Que se faz a moléstia da sua exaustão,
Às secas lágrimas que afogam-se na lamentação
No curso das antagônias por exaurir.

Manollo Ferreira

Homenagem às Mulheres


A Mulher Como Centro De Universalização Poética

                                                 

mulher como centro de universalização poética é aquela que tem nome 

e também sobre nome, é a que tem deveres, e também têm direitos,
 é a que chora, é a que ri, é a que é mãe e muitas vezes é também pai, 
é a filha, é a irmã, é a tia, é a avó...
Meninas!... Moças!... Senhoras!
Aurinas, Hildemiras, Polianes, Marias Cândidas, Áureas Luìsas, Marias Luìsas...Mães, Sogras, Filhas, Esposas, Irmãs...

A todas as mulheres, sem distinção de cor, credo e tribo.
Solteiras!... Concubinas!... Casadas!... Essencialmente emancipadas!
A mulher professora, a mulher domestica, a mulher motorista,

 a mulher atleta, a mulher empresária, a mulher presidenta,
 a mulher proprietária... Independentemente a profissional mulher...
A mulher em beleza, Elegância e Sensualidade!
A mulher que elege, a mulher eleita, a mulher escritora, 
a mulher pintora, 
a mulher que canta e encanta... A mulher da arte... A mulher obra de arte...
A mulher em casa, na rua ou no trabalho... Em essência mulher...
 Unicamente mulher!
A mulher amada... Amante... Apaixonada...
A mulher urbana, a mulher rural...
A mulher singular, a mulher plural...
A mulher alimento, mas também canibal...
A mulher intrinsecamente maniqueísta!
A mulher feminina, a mulher feminista...
A mulher de uniforme, de saia, de vestido, de calça, de short e camiseta, 

calcinha e sutiã, de biquínis... A mulher em pele... A mulher em alma...
A mulher em formas aos olhos de quem se tem a admira-la...
Magra... Gorda...
Negra... Branca...
Baixa... Alta... Em essência mulher... Organicamente mulher!
Poeticamente MULHER!!!


Emanoel Ferreira da Silva - "MANOLLO FERREIRA"

quarta-feira, 21 de março de 2012

Joseph Bandeira









ESTAÇÃO

Há um trem sempre partindo
de uma estação de saudade.
Há um trem sempre chegando
na saudade da estação.
Há uma estação, amada,
para cada partida,
para cada cheada,
Há, amada, uma estação
para cada viagem
do coração.
Estação da minha vida,
estação da vida minha,
amar-te, amada, é viagem
para ignoto fim de linha.
Estação da minha vida,
estação da vida minha,
amar-te, amada, é viagem
sem chegada e sem partida.

Pedro Raimundo

( acervo pessoal )

“Pedro Raimundo,  em seguida a uma luta íntima que envolveu inclusive amigos seus, entrega ao público O PÁSSARO QUE CRIOU RAÍZES. Trata-se de uma publicação de primeira grandeza.
Formado em arquitetura, o autor, desde estudante, foi um homem dedicado às coisas do espírito, revelando-se, logo cedo, incansável pesquisador.
Em 1958 escreveu um estudo sério sobre a Igreja de Monte Serrat, em Salvador, obra inédita de valor incontestável. Logo no ano seguinte, para o IV Colóquio de Estudos Luso-Brasileiros, fez uma pesquisa sobre “Azulejos não Decorativos” da velha  Tomé de Souza, merecendo Moção de Aplausos da Congregação da Escola de Belas Artes da Bahia.
Pode-se dizer, além disso, que a poesia é a melhor biografia que um poeta consegue de si mesmo. Pedro Raimundo é poeta nato!”
( Retirado do Livro  O Pássaro que Criou Raízes)

Poema - Meio Ambiente


fegante Por Viver –


Meio Ambiente - Ofegante Por Viver –

Raios de sol... Lua a cintilar...
No frio... Ao calor...
A fauna
A flora
Respira!
Biodiversidade
O vento... No ar...
A terra em água... Riachos... Rios... Ao mar
Animais
Vegetais
Micro
Macro
Ser vivo
Respira!
Ecossistema em existência
Num sopro do tempo inspira
A andar
A nadar
A voar
A rastejar
A vegetar
Na natureza em perseverança do não pra vida expirar
Num mundo por esperança a fecundar
A gerar
A criar
A plantar
A preservar
O meio ambiente
A respirar..


Poeta de Juazeiro






Juazeiro! Canto Do Meu Encanto...

Tamoquins, tamoqueus e cariris.
Os primeiros povos à tua terra fecundar
Juazeiro... Juazeiro... Juazeiro !
Tropeiros por muito ali passar
No descanso à sombra da tua copa
Com o tempo fizeram desse lugar motivo pra ali ficar...
Juazeiro... Juazeiro... Juazeiro !
Já foi vila... Foi vilarejo
Quando se deu um dia por se emancipar
A cidade se fez em teu nome para com o tempo prosperar
Juazeiro... Juazeiro... Juazeiro !
Terra abençoada !
Tens no Rio São Francisco a tua fonte de vida,
Tua sede, tua comida, teu sentido de brilhar
Juazeiro... Juazeiro... Juazeiro !
Na música da tua poesia 
Na arte da tua cultura
Na história da tua memória!
O teu povo és a tua alegria !
Juazeiro... Juazeiro... Juazeiro!
Juazeiro canto do meu encanto... !!!
Esse é o meu lugar ! 

manollo ferreira