segunda-feira, 16 de abril de 2012

Juazeiro Juazeiro


Juazeiro
Céu verde
Verde rio
Verde chão
Verde lugar
Árvore verde
Verde nome
Verde meu coração

Juazeiro Juazeiro
Sonho verde de ficar
Verde ilusão
Tristeza verde em meu olhar.

Nesta estátua que eu sou sempre em teu cais
Pousam corvos que  gritam: nunca mais.

Mas eu não desisto
Eu insisto
E ainda invisto nesta imensa dor
Que a cada dia aumenta mais e mais
O meu amor.

“Tua sombra me espinha”
Juazeiro que és de ninguém.
Que hei de fazer
Se eu sou um pássaro sem ninho
E caçado também?

Por mais que eu deseje
Eu não fujo de mim
Ó  meu amor
Ó minha dor que não tem fim.

E mesmo que eu te queira uma outra
Coisa de outros que é só minha,
És somente a mesma embora
Bem mais só do que sozinha
Em ser múltipla
E mínima assim sendo máxima.

“Verde que eu te quero verde”
Bela que eu te quero bela
Gente que eu te quero tanto
Terra que eu tanto te queira querer
Vivo ou depois que a vida me esquecer.

Juazeiro Juazeiro  
fogo verde a me queimar
que hei de fazer para viver desta esperança
que só quer me matar?

Juazeiro Juazeiro
Me responda por favor:
Que hei de fazer
De tanta dor
E tanto amor?


Joseph Bandeira

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